segunda-feira, 4 de julho de 2011

Entrevista do senador Aécio Neves após posse no Senado Federal

Data da Entrevista: 01/02/2011

Senador, fale para os telespectadores da TV Canção Nova, como o senhor vê o Congresso após 8 anos de ausência.

Olha, volto com a consciência de quem cumpriu o seu dever. Governei Minas por 8 anos, inclusive com uma parceria muito importante com a Canção Nova. Fizemos de Minas um modelo de gestão pública que hoje inspira vários outros estados brasileiros, inclusive, espero que o tema da gestão pública de qualidade, que foi uma marca de nosso governo, possa ser em algum momento também a marca do governo federal. E o nosso papel agora é apresentar uma agenda que não seja apenas uma agenda do Poder Executivo, mas que seja uma agenda do país, uma agenda corajosa, de reformas, que nos permita enfrentar gargalos que impedem o Brasil de crescer hoje numa velocidade maior da que vem crescendo. Portanto, eu tenho muita confiança no papel da oposição, da nossa capacidade de somar forças, inclusive com setores da base, para fortalecer os municípios, para garantir recursos permanentes para a segurança pública, para educação de qualidade e para a saúde no país. Portanto eu assumo esse mandato muito animado e com muita disposição de encontrar convergências em torno daquilo que interessa efetivamente ao Brasil.


O senhor sabe que existe uma expectativa muito grande em relação a aqueles que iniciam um novo mandato, mas em especial ao senhor. O senhor sabe disso, não é?

Eu cumprirei meu papel de senador por Minas Gerais, mas alguém quer quer enxergar o Brasil não apenas pelo próximo mandato, mas pelos próximos anos. Nós não podemos permitir que o Congresso Nacional continue assistindo passivamente as ações do governo federal sem que tenha uma agenda própria. Cabe ao Congresso Nacional, com a pluralidade de sua representação, apresentar ao País uma grande agenda, e a oposição fará isso. Questões relativas à segurança pública, tratadas em verso e prosa pelo governo, mas sem ações consistentes, deverá ser uma das nossas principais preocupações. Um novo pacto federativo, com fortalecimento dos municípios e dos estados, será também objeto de nossa atenção. O meu objetivo é, ao lado dos outros colegas da oposição, construírmos nas próximas semanas um conjunto de propostas que serão discutidas com setores da base do governo para que possam ser implementadas por essa casa. Repito, nos últimos 8 anos o Congresso cumpriu quase que exclusivamente uma agenda do poder executivo, e por isso, não avançamos nas reformas fundamentais que permitiriam que pudéssemos estar crescendo de forma muito mais vigorosa do que vem crescendo hoje. Portanto, assumo esse mandato com enorme disposição de dialogar, de conversar, mas de buscar sempre convergências. Repito, o Congresso precisa ter postura altiva e construir uma agenda e não se submeter apenas a do Executivo

José Serra ou Sérgio Guerra para presidir o PSDB?
Esse assunto não está colocado.

Esse congresso não lhe parece muito próximo ao Executivo?
Ao longo dos últimos anos foi e isso é perverso para a própria democracia. Um congresso fragilizado é uma democracia fragilizada. O grande desafio desse congresso, e tenho conversado sobre isso com companheiros da oposição mas também com setores da base, é ter a capacidade e a altivez de construir a sua própria agenda. Quanto mais passivos nós ficarmos à espera de uma ação do Executivo, mais subalterno o Legislativo será. Eu tenho dito sempre que as reformas constitucionais precisam ocorrer em início de mandato, nos próximos meses. A nossa intenção é, dentro de no máximo 60 dias, apresentar a essa casa um conjunto de medidas que não são de interesse de um governo ou da oposição, são de interesse do Estado democrático, do país. E cabe a nós da oposição compreendermos que existem algumas questões, como as reformas política, tributária e o próprio pacto federativo, que ultrapassam governos e devem encontrar a nossa disposição firme de vota’-las e esperamos encontrar na base do governo também a independência necessária para votar matérias que podem não ser, eventualmente, prioridade do governo mas são prioridade da sociedade brasileira.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Senador Aécio Neves

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