A miséria no Brasil deve acabar em 2016, mas será dizimada três anos antes
em Minas. A previsão é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
que divulgou ontem um estudo sobre a pobreza extrema e a pobreza absoluta no
Brasil, o Comunicado Ipea 58. O levantamento foi feito com base nos dados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), Contas Nacionais e
Contas Regionais, todas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). A análise mostra que, entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas
saíram da pobreza absoluta, configurada pelo rendimento médio domiciliar per
capita de até meio salário mínimo mensal. Nesse período, outros 13,1 milhões
de brasileiros superaram a pobreza extrema, caracterizada pelo rendimento
médio familiar per capita de até um quarto do salário mínimo ao mês.
Entre os que já se beneficiaram com o encolhimento da miséria estão pessoas
como a pedreira de alvenaria Vitória Milas Vieira, que vive no Aglomerado da
Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e tem sete filhos. Todos
empregados. “Há 10 anos, não era tão fácil arrumar emprego. O salário mínimo
hoje nos possibilita um consumo que vai além do básico, que era apenas
alimentação e vestuário”, diz.
Recém-formada pelo Senac, Vitória está procurando um emprego melhor, agora que tem uma especialização. “Antes, eu não poderia deixar de trabalhar para ajudar minha filha e minha neta. Hoje, todos em casa trabalham e temos uma condição melhor”, diz. A vida da professora Ana Cláudia Santos também melhorou nesse período. “Era muito difícil encontrar emprego. Não tive o que minhas filhas têm hoje, pois o rendimento médio da minha casa não era suficiente”, explica.
O Ipea acredita que, na próxima década, os problemas de pobreza absoluta e extrema serão erradicados do território nacional. Para os brasileiros, isso significa escalar um degrau importante no pódio da igualdade econômica mundial. “Num horizonte próximo, o Brasil vai entrar num patamar até agora só alcançado pelos países desenvolvidos, que superaram a pobreza extrema e reduziram a pobreza absoluta a níveis muito baixos”, diz o presidente do instituto, Márcio Pochmann. De acordo com ele, porém, para continuar caminhando nesse sentido, será necessário articular ações econômicas e sociais diferenciadas para cada região brasileira nos próximos anos, uma vez que o ritmo de queda da pobreza no país é muito diferente entre as regiões e os estados. “Alguns vão superar a pobreza antes dos outros.”
Padrão de vida
Os números mostram, porém, que para elevar o padrão de vida de todos os brasileiros, será preciso mais do que crescimento econômico. Isso porque a redução da pobreza nos últimos anos, apesar de expressiva, foi desigual entre as diferentes regiões do país. No Sul, por exemplo, a pobreza absoluta caiu 47,1%, enquanto a pobreza extrema recuou 59,6%. Já no Norte, a pobreza absoluta retrocedeu 14,9% e a pobreza extrema caiu 22,8%. Olhando daqui para a frente, as primeiras unidades da federação a eliminarem a pobreza extrema no país serão Santa Catarina e Paraná, que acabarão com o problema em 2012. No ano seguinte, a miséria será dizimada em Minas, Goiânia e Espírito Santo. Em 2014 será a vez de São Paulo e Mato Grosso . Um ano depois, Tocantins, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Os outros estados só alcançarão esse objetivo em 2016.
“Para continuar reduzindo a pobreza, o país deve continuar a manter a estabilidade monetária e o crescimento econômico. Precisa também integrar e articular as políticas sociais com metas nacionais e estatuais, e com instrumentos para monitorar essa queda”, diz Pochmann. Na avaliação dele, a redução da pobreza extrema deve ser atribuída aos programas de transferência de renda, que são fundamentais para enfrentar a indigência. “Já a erradicação da pobreza absoluta depende do crescimento econômico, do aumento do salário mínimo e do crescimento voltado para o mercado interno.”
Fonte: Estado de Minas
em Minas. A previsão é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
que divulgou ontem um estudo sobre a pobreza extrema e a pobreza absoluta no
Brasil, o Comunicado Ipea 58. O levantamento foi feito com base nos dados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), Contas Nacionais e
Contas Regionais, todas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). A análise mostra que, entre 1995 e 2008, 12,8 milhões de pessoas
saíram da pobreza absoluta, configurada pelo rendimento médio domiciliar per
capita de até meio salário mínimo mensal. Nesse período, outros 13,1 milhões
de brasileiros superaram a pobreza extrema, caracterizada pelo rendimento
médio familiar per capita de até um quarto do salário mínimo ao mês.
Entre os que já se beneficiaram com o encolhimento da miséria estão pessoas
como a pedreira de alvenaria Vitória Milas Vieira, que vive no Aglomerado da
Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e tem sete filhos. Todos
empregados. “Há 10 anos, não era tão fácil arrumar emprego. O salário mínimo
hoje nos possibilita um consumo que vai além do básico, que era apenas
alimentação e vestuário”, diz.
Recém-formada pelo Senac, Vitória está procurando um emprego melhor, agora que tem uma especialização. “Antes, eu não poderia deixar de trabalhar para ajudar minha filha e minha neta. Hoje, todos em casa trabalham e temos uma condição melhor”, diz. A vida da professora Ana Cláudia Santos também melhorou nesse período. “Era muito difícil encontrar emprego. Não tive o que minhas filhas têm hoje, pois o rendimento médio da minha casa não era suficiente”, explica.
O Ipea acredita que, na próxima década, os problemas de pobreza absoluta e extrema serão erradicados do território nacional. Para os brasileiros, isso significa escalar um degrau importante no pódio da igualdade econômica mundial. “Num horizonte próximo, o Brasil vai entrar num patamar até agora só alcançado pelos países desenvolvidos, que superaram a pobreza extrema e reduziram a pobreza absoluta a níveis muito baixos”, diz o presidente do instituto, Márcio Pochmann. De acordo com ele, porém, para continuar caminhando nesse sentido, será necessário articular ações econômicas e sociais diferenciadas para cada região brasileira nos próximos anos, uma vez que o ritmo de queda da pobreza no país é muito diferente entre as regiões e os estados. “Alguns vão superar a pobreza antes dos outros.”
Padrão de vida
Os números mostram, porém, que para elevar o padrão de vida de todos os brasileiros, será preciso mais do que crescimento econômico. Isso porque a redução da pobreza nos últimos anos, apesar de expressiva, foi desigual entre as diferentes regiões do país. No Sul, por exemplo, a pobreza absoluta caiu 47,1%, enquanto a pobreza extrema recuou 59,6%. Já no Norte, a pobreza absoluta retrocedeu 14,9% e a pobreza extrema caiu 22,8%. Olhando daqui para a frente, as primeiras unidades da federação a eliminarem a pobreza extrema no país serão Santa Catarina e Paraná, que acabarão com o problema em 2012. No ano seguinte, a miséria será dizimada em Minas, Goiânia e Espírito Santo. Em 2014 será a vez de São Paulo e Mato Grosso . Um ano depois, Tocantins, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Os outros estados só alcançarão esse objetivo em 2016.
“Para continuar reduzindo a pobreza, o país deve continuar a manter a estabilidade monetária e o crescimento econômico. Precisa também integrar e articular as políticas sociais com metas nacionais e estatuais, e com instrumentos para monitorar essa queda”, diz Pochmann. Na avaliação dele, a redução da pobreza extrema deve ser atribuída aos programas de transferência de renda, que são fundamentais para enfrentar a indigência. “Já a erradicação da pobreza absoluta depende do crescimento econômico, do aumento do salário mínimo e do crescimento voltado para o mercado interno.”
Fonte: Estado de Minas
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